sábado, 9 de fevereiro de 2013

Moroi (2013)

Disponível por tempo limitado, apenas para os leitores do blog, o Workprint 2013 do Curta Metragem "Moroi" que narra uma noite na vida de Moria, uma garota cheia de desejos e segredos.

Confiram!

Não deixem de favoritar o vídeo, assinar o canal e comentar.

Até a próxima!

Fritz P. Hyde no Suburbia Horror Show

O Anfitrião do Horror, Dr. Klaus Daver públicou uma ficha sobre este que vos fala.


Confiram no SITE OFICIAL do Suburbia Horror Show.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Chorume em 2013



A mais de 6 meses iniciei o Blog “Abracadaver” com o intuito de tornar o futuro curta em um marco na minha visão de cinema.
Com o tempo o projeto foi tomando corpo, ganhou um Manifesto com inspiração no Manifesto escrito pelo Petter Baiestorf e o filme acabou mudando de nome para “Carnívora”.
Com o fim do mundo previsto pelos Maias, minha mente recebeu um raio de luz o que me fez chegar a seguinte conclusão:

ESQUEÇAM TUDO O QUE EU FALEI.

Sério.
Esqueçam o manifesto, Abracadaver e Carnívora.
Kinochorume Cinelab não é uma produtora, Kinochorume não é uma visão de cinema, Kinochorume é simplesmente o laboratório para as realizações de Fritz P. Hyde e amigos.
Simples assim.
Para este ano o que é certo até o momento é isso:

Reedições dos curtas “Moroi” e posteriormente “O Azif”, assim como o lançamento de um Director Demo Reel com ambos os curtas e também o curta “Fale Comigo”, produzido pelas Oficinas Kinoforum de Realização Audiovisual.
Existe a possibilidade de fazer mais 1 curta em 2013 roteirizado, fotografado e dirigido por mim, caso alguma grande idéia brote em minha mente, mas mais certo é que eu dirija alguns curtas para amigos.
Acompanhem o blog e a Página Oficial no Facebook.

Obrigado!
Fritz P. Hyde
Cientista Chefe.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Chorumefesto.

O manifesto do chorume contra o cinema inorgânico, putrefato e jabazento que infesta e como um cancro domina o organismo da cultura culátrica cinematográfica nacional.

Nosso país tem seu cinema underground, seu cinema independente, seu cinema antropofágico, mas a sociedade ainda se apega na podridão do cinema de novela, no jornal sensacionalista disfarçado de obra cinematográfica, na propaganda de comidas, shampoo e camisinha outrora chamado de "O Cinema Nacional". De dentro deste caldo necrosado de pus e fluídos corporais fétidos nasce o Kinochorume, visando agregar um novo ponto de vista dentro deste grande baile de gala na galeria de esgotos desta terra sem amor e sem leis chamada Brasil.

Eu proponho tais entranhas para uma nova visão de orbitas sangrantes sob o panorama audiovisual brésileiro:

I- da DIREÇÃO:
Os diretores da estética Kinochorume devem dirigir desde a concepção, deixando os demais envolvidos livres durante a execução criando assim uma atmosférica mais organica e instintiva, distanciando-se das regras tradicionais de ensaios exaustivos e marcação que tornam o cinema muitas vezes algo mecânico, escancarado e vomitado sobre nossos olhos. O diretor deve dirigir os atores e equipe antes, limitando-se apenas a confirmar ou excluir um plano ou uma atuação equívocada. Tudo deve fluir como um corpo vivo.

II- da PRODUÇÃO:
As produções podem ter ou não um produtor executivo, podem ter ou não apoio financeiro. De qualquer maneira, tudo deve ser empregado sempre respeitando a estética e os fundamentos deste estilo não atual, porém não padronizado de se produzir peças audiovisuais.

Os filmes podem ser amadores ou profissionais, ricos ou pobres, feitos por diretores de formação ou por amadores de coração. O importante é vomitar sua arte.

III- da FOTOGRAFIA
Utilizar-se de quaisquer meios de captação para sua obra. VHS, SVHS, 8mm, 16mm, 35mm, MiniDV, DVI, Celular, Webcam, Máquinas Fotográficas, tudo é válido, potando-se sempre para o equipamento que pode lhe oferecer a fotografia mais suja, fétida e horrível.

As imagens de uma produção de Kinochorume devem ser sujas e limpas, claras e escuras, nítidas e embaçadas de acordo com a proposta do Mise-en-Scéne.

Tripés não devem ser usados a não ser como último recurso, assim como planos gerais, caso não sejam parte essencial do filme. O Kinochorume começa no Plano Médio e se encerra no Primeiríssimo Plano Ginecológico da Gonorréia infecciosa.

As cores são opcionais e supervalorizadas. Devem ser usadas apenas se forem essenciais na narrativa, no demais o preto e branco é o padrão que visa trazer o primitivismo do cinema puro do início do século XX, onde a experimentação ainda era a fonte de alimentação do sistema digestivo de um cinema vivo, com pulmões bombando ar fresco para irrigar este sistema em sua juventude.

IV- do SOM:
Utilização ou não se microfones externos para a captação do Som (DAT, BOOM, DIGITAL). Sempre preferir a pior fonte de captação mas que passe clareza do que estará tentando demonstrar (sons sujos com diálogos compreensíveis). Por via de regra os microfones embutidos nas câmeras fotográficas e filmadoras são sempre uma boa opção.

Velhos gravadores de fitas K7 também podem promover captaçõea alternativas de som.

As músicas das produções devem sempre ter ligação total e direta com o que está sendo contato, oras, uma música "death metal" pode não combinar com uma cena de matança, assim como uma passagem de piano pode não combinar com uma cena de drama. Tente sempre optar por fazer sua própria trilha musical, seja ela através de vocalizações ou de uso de softwares de simples operação. Gravação de instrumentos também é recomendado e aconselhado.

Os Efeitos Sonoros devem sempre ser feitos por você mesmo (na medida das possibilidades) através de processos simples de gravação de som direto na placa de um computador.

Os sons durante a edição dos mesmos devem sempre contar com ruídos auxiliares que causem sensações (vide bineural sounds), busque sempre inserir infrasons ou camadas e mais camadas quase imperceptíveis de sons, criando uma rica rede de sensações auditivas.

V- da MONTAGEM:
Por via de regra, deverá sempre buscar linhas não convencionais de montagens, utilizando-se de recursos como descontinuidade de espaço-tempo, extensão e compressão do espaço-tempo, Jump Cuts e Raccords não convencionais. Elipses definidas e indefinidas são sempre coerentes com a narrativa.

O uso de flashbacks é extremamente desnecessários, fazendo-se uso das elipses para efetuarem esta função.

VI- da EQUIPE
Buscar sempre trabalhar com não-atores ou com atores que se identifiquem e se comprometam com os projetos, acima de todos conceitos morais, imorais, religiosos, pagãos e orgânicos. Quando possível deverá se pagar um valor justo pelo trabalho, quando não for possível, utilizemos o amor a arte como incentivo. Nossos filmes não buscarão agradar ao pagante, mas ao amante.

Este conceito sobre os atores podem ser aplicados ao resto da equipe.

VII- da DISTRIBUIÇÃO
Os filmes podem ou não serem distribuídos por quaisquer meios, sejam eles via internet, de mão-em-mão, via distribuidoras ou mesmo através de festivais.

Por via de regra disponibilizar sempre os filmes da internet para download, mesmo quando festivais exigem que os mesmo sejam ainda inéditos em quaisquer canais.

VIII- dos FESTIVAIS
Enviar para mostras competitivas e não-competitivas de festivais do território nacional e estrangeiro, sempre optando por aqueles que não capitalizam em cima das inscrições ou que exigem para si os louros das premieres das obras.

Ao prender seu filmes para um festival, estarás automaticamente prostituindo-se e igualando-se a corja corrupta que permeia nosso cinema.

É desejável que os filmes ao serem "upados" para a internet, não sejam amplamente divulgados, deixando que ele siga um ciclo orgânico de ascensão ou esquecimento. No Kinochorume você não deverá buscar público, mas sim deixará que o público naturalmente te encontre.

IX- das EXIBIÇÕES
Os filmes poderão ser exibidos em qualquer formato e em qualquer lugar, sejam em igrejas, bares, casas noturnas, favelas, escolas, teatros, celulares, etc. É importante apenas que a obra seja vista.

X- dos TEMAS/ROTEIROS
Os filmes devem falar do horror do corpo humano, do horror da sociedade fria e consumista a qual vivemos, do terror de amar e do terror de se estar sozinho. Do medo, da paranóia e da loucura que domina a população dos grandes centros.

Devemos falar sobre a opressão da religião, do horror do catecismo e da lavagem cerebral e das insanidades cometidas nos pequenos centos e nas zonas rurais.

Em suma, devemos deixar nossos monstros caricatos e mágicos para trás e nos concentrarmos no monstro do automóvel, no monstro do alimento gorduroso que entope o miocárdio, no horror da fila de espera agonizante dos hospitais hiperlotados, do medo do bandido armado e da infecção sexualmente transmissível. Do amor ao podre e da podridão do belo.

Falaremos sobre a sujeira do limpo e da limpeza do imundo.

Isso é Fritz P. Hyde e este é o Kinochorume.


Introdução ao Kinochorume

O cinema brasileiro encontra-se moribundo.

A arte tornou-se publicidade, não há cinema.

Nossos filmes são grandes peças de merchandising construídos para destituir o público do senso crítico e criar novas e iventivas maneiras de vender, vender e vender, afinal seu patrocinadores cobram caro pelo apoio oferecido.

Grandes filmes jamais saem do papel, enquanto peças medíocres de folhetins abestalhados e novelas disfarçadas de dramas sociais ganham as grandes telas através de diretores de muito ego, pouca inspiração e mamadores das tetas de nossos governantes que detestam filmes populares, gêneros e tudo que fuja de sua pomposa visão da arte tropicalista tupiniquim comedora de McDonalds que tornou-se nosso tão adorado e putrefato país.

Nosso cinema encontra-se com uma imensa pústula que vaza espalhando odores acres e irremediávelmente a sétima arte nacional ruma para o túmulo, produzindo mais e mais necrochorume para poluir nossos lençóis freáticos e tornando a todos nós doentes dependentes de obras globais tão densas quanto um ovo de páscoa.

Desse cadáver peço que manifestem-se os vermes! Peguem suas câmeras e comecem a produzir. Que do Chorume se ergam odores de um cinema pungente e escatológico. Que ele invada as narinas da sociedade podre, cada vez mais politicamente correta e coloque merda eu suas refeições cheias de pompas.

Pobre daquele que faz seus filmes para agradar este ou aquele público.

Pobre daquele que espera uma esmola em troca de um sorriso.

Nosso moribundo cinema, nossa moribunda arte está sendo substituída pela bunda. Louvemos a bunda, a mãe do cinema de chorume, a mãe da escatologia, a fonte do sexo e da merda. Ave Bunda!

E o Kinochorume sai do cu deste cinema bundesco que permeia a produção nacional, dos grandes estúdios não queremos nada, para eles oferecemos nosso flato!

O Kinochorume vem da magia teatral de Meliés, do cine-transe de Jean Rouch, da independência e cinismo de Kauffman, da crítica e quebra de paradigmas do cinema marginal, um cinema verdade da mentira nacional.

O kinochorume não busca nenhuma ideologia, não busca mudar o mundo.

Nós, do Kinochorume, buscamos mostrar o mundo como ele realmentre é, uma hypervisão da realidade banal. Dos odores à manifestação da biologia humana; do sexo fedido e cheio de mucos ruidodos; das pessoas feias e belas. Os belos também cagam.

O Kinochorume vem para vomitar o terror do banal na cara da sociedade que anda por aí com antolhos de grife.

Se um humano vomitar num cinema onde Kinochorume for exibido, podemos considerar nossa arte como plena.

Sejamos além da marginalidade do cinema, além do subterrâneo.

Sejamos o chorume em seu estado mais bruto, onde a realidade e ficção, a beleza e o nojo misturam-se de maneira lógica e atéia, crítica e imoral/moral. Viva e ainda assim morta.

Sejamos o suco putrefato do cinema.
Um brinde à nossa urina!

O fim do princípio do Fim

E aqui começa a jornada.

Uma jornada pelo mundo da morte, do asco e da misantropia.

Estou iniciando este blog para descrever os processos de criação, imaginação, pesquisa e filosofia por trás do filme Abracadaver, da nova fase da ETOMA filmes e de seu criador, Fritz P. Hyde, este amontoado de tripas e órgãos fedorentos, barulhentos e gosmentos que tem a cara-de-pau de postar nestas linhas, muitas vezes em terceira pessoa.

Antes de falar um pouco mais sobre minhas segundas intenções (tão perversas), gostaia de extender um pouco um texto que publiquei a pouquíssimo tempo em meu perfil oficial do Facebook:

-Eu não sou um cineasta, tampouco um videomaker ou isso aí que você em sua medíocridade chama de "artista".

De fato, encaro-me mais como um cientista louco, em seu laboratório obscuro, praticando pseudo-cinência, pseudo-arte, pseudo-filosofia em nome de um mal maior para a humanidade. E aqui estou, destrinchando, inventando, destruíndo e dissecando corpos cinematográficos em busca da fórmula da vida eterna, seja ela obtivada através do êxito ou do asco.

Daqui para a frente renego o cinema "para agradar". Abandono a jornada do cineasta que busca atingir este ou aquele público. Oras! O público está aí! Façamos filmes para nós mesmos, façamos obras que nos façam melar nossas calças com o orgasmo egoísta ou com o vômito de outrem, mas façamos para nós, não para o público. O filme sendo expelido da boceta da produção torna-se uma entidade viva e incontrolável.

O público te encontrará! Seja este público de intelectuais ou de psicopatas que se identificam com teu trabalho, não se preocupe pois ele estará lá.

Na contramão de muitos colegas do underground nacional, a ETOMA toma a partir deste momento um rumo muito mais escatológico e cizento, com gosto de asfalto e água de enchente. Com sabor de crack e cheiro de miasma, continuando sempre mais pungente, extremo e purulento.

Deixarei a beleza e a técnica aos cineastas e aos técnicos, comigo é a sujeira, a podridão e o mau-gosto transformado em algo que ouso chamar de arte, mesmo que esta arte seja pintada com merda e necrochorume.